quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Sou Inocente

Essa semana li em um jornal aqui do Brasil, a história de uma mulher, acusada de matar a filha de um ano. Essa mulher, Daniele Toledo de Prado, foi presa, agredida e viveu um inferno tanto pela acusação de assassinato, quanto pela perda da filha. Li também que nos Estados Unidos aconteceu um caso semelhante com um homem. Marty Tankleff, acusado de matar os pais adotivos, foi condenado a 50 anos de prisão. Passados 20 anos de prisão, a corte americana reviu o caso e constatou que não havia bases para uma condenação. A própria confissão do então adolescente, havia sido conseguida sob extrema pressão, imediatamente após a morte dos pais. Existem mais inúmeros casos como esses, as injustiças estão em todas as partes do planeta. Mas tanto no caso dessa brasileira, como o caso do americano – uma situação salta aos olhos, a questão financeira. No caso de Daniele, é uma mulher pobre, sem possibilidade de pagar bons advogados. Já para Marty, por intermédio da Irmã, todo dinheiro que poderia dispor foi tornado indisponível. Aqui no Brasil, há muitas situações onde a justiça não é cega, mas ambiciosa. A injustiça faz parte dos sistemas repressivos de qualquer país, principalmente se as pessoas julgadas não tiverem condições de contratar bons e caros advogados. Evidente que isso não significa que uma pessoa pobre não possa realmente ter cometido um crime mas sim que todos, independente de raça, credo, etnia, situação social, sexo, devem ser iguais perante a lei . O que vem acontecendo muito no Brasil é que as pessoas ricas têm muito mais possibilidade de serem inocentadas do que as pessoas mais humildes. Casos como esses estão se alastrando pelo mundo. Não só no Brasil, não só nos estados Unidos, mas em todos os lugares. Muitos juristas questionam a lógica da e a eficácia do sistema que ignora o direito de defesa dos mais pobres. As injustiças sempre atingem mais quem esta na base da pirâmide social, nunca quem esta no topo. Gostaria de ter uma fórmula, lógica e eficaz para que tais coisas deixassem de acontecer. Porém isso ainda não é possível. Sou Jornalista e acredito que a imprensa, enquanto função social deve denunciar todo gesto abusivo das autoridades sobre a população menos afortunada, foi assim que a sociedade soube de Guantánamo, um lugar repleto de arbitrariedades e patrocinado pelo governo americano. A denúncia é a única arma possível para abrir os olhos da sociedade e alertar que são necessárias mudanças e que somente assim poderemos ter um mundo realmente justo e com direitos humanos igualitários.

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